Choco com tinta à boca cheia

Agora que estamos no tempo dele, venha lá um choco. Mas um choco granjola. Um choco grande com mais de um quilo. Fresco, daqueles que na pele, quando se passa o dedo parece um ecrã plasma. Lava-se o choco em agua corrente, mas sem grandes exigências de higiene, passa-se só por agua e vai directo para a panela, a cozer. Inteirinho. Sem temperos nem sal que o choco vem do mar já salgado. Com bucho cabeça barco e tinta e tudo o que tiver lá dentro. Deixa-se o choco a cozer com tempo para acontecer e ficar macio. Num outro tacho cozem-se as batatas só com uma pitada de sal, cortadas aos cubos, cozidas, não desfeitas. Quando o choco estiver cozido, tira-se para fora e corta-se em bocadinhos do tamanho dos cubos das batatas. Sai o barco e põe-se a secar que é bom para os piriquitos afiarem o bico. Se no bucho do choco vierem sólidos não identificados, tipo caranguejos grandes ou peixes pequenos, tira-se também. O resto vai tudo para o petisco. Depois de tirado o choco, não se lava a panela, escorre-se e reserva-se uma caneca da agua preta que sobrou da cozedura. Tapa-se o fundo com azeite, deita-se uma cabeça de alhos picadinhos, umas malegatas a gosto, uma folha de louro e uma cebola grande às rodelas. Deixa-se fritar a cebola até ficar transparente. Quando a cebola estiver no ponto, pomos o choco cortado aos bocados e as batatas. Rega-se tudo com a caneca da agua de cozer o polvo. Levanta-se o lume e deixa-se evaporar a agua enquanto se mexe devagar para não desfazer as batatas. Acompanha com salada de alface e tomate e salada de pimento assado com alhinhos picados e azeite. E vinho, tinto ou branco, desde que seja muito. Até estrala!

Comentários

Mensagens populares